1 mês, apenas um mês
para completar mais um ano de vida. E um ano tão especial.
Muitas pessoas, principalmente os rapazes, aguardam
ansiosamente os famosos 18 anos. Nossa, já faz um tempinho que o meu passou.
Mas eu não estava nem ai para os 18 anos. Adolescente, pseudo-nerd,
desinteressante e desinteressado, estima baixa... ou seja, 18 anos não me significava nada. Nem dirigir eu tinha vontade. Ainda nem tenho, pra ser
honesto. Entretanto, aguardei os 27 anos ansiosamente. Não sabia o motivo,
talvez nem saiba ainda. Queria que esse chegasse pois sentia que seria
especial. Agora, faltando um mês para a folhinha da idade ser virada, eu me
perguntei: O que já aconteceu que fez desse ano especial? O que ainda poderia
acontecer para fazer deles os tão esperados 27 anos? O que farei aqui, será
revelar parte da primeira pergunta nesse post.
Nesse 27º ano, eu entrei fundo nas descobertas. Me remodelei
(seja em moda, seja em molde, em pensamentos ou crenças). Experimentei novos
perfis. Fui do analista centrado e contido, controlado e pensativo... para o
executor descontrolado, imediatista e decidido. Tive a ideia, busquei e fiz.
Experimentei também novas atitudes, novas reflexões. Posso dizer que expandi. Busquei
eliminar preconceitos, permitir ao outro ser quem é. Continuei velhos hábitos. Alguns amei,
outros detestei. Levei sustos... e que sustos. Me apaixonei e desapaixonei. Me
livrei de fantasmas, adquiri novos. Enfrentei demônios. Fiz amizades com
outros. E, depois da amizade feita, descobri
que nem demônios eram. Enxerguei, com isso, coisas não vistas antes. “Matei” uma
figura que me atormentava. Assumi o que não queria. E, já que o verbo foi
usado, hoje posso realmente dizer que tenho orgulho em ser sim
ASSUMIDO. Sorri. Chorei. Errei. Acertei. Aceitei. Descobri. Aprendi. Aprendo. E
tirei lições que levarei pra toda vida e compartilho agora, talvez uma ou outra
possa também servir para algum de vocês.
1º Nem toda lição
serve para todo mundo. Alguns verbos não fazem parte do vocabulário de algumas
pessoas, portanto, nem toda lição condiz com todo aprendiz.
2º O não interesse do outro não me faz menos interessante.
Assim como eu tenho gosto por doce ou salgado, todos têm. Eu gostar de
salgado não faz do doce menos gostoso (aos paladares outrem). E, por vezes, eu mesmo quererei comer
doce.
3º Uma atitude mais executora requer um bom controle
financeiro. Fazer custa caro. Por esse motivo, a busca pela calibragem é sempre
uma atitude positiva. Por vezes, preciso me permitir extravasar, mas devo também voltar ao eixo.
4º Não conheço a história do outro. Por esse motivo, a
crítica ou o julgamento são injustos e, às vezes, até perigosos. Busco, mesmo que não seja fácil, sempre respeitar antes de qualquer coisa.
5º O outro tem sempre o direito ao sim ou ao não. Aceitar o
convite ou negá-lo não me revela o quão importante sou. É meu direito sofrer, sempre será. Mas, não é dever do outro responder às minhas expectativas. O mesmo é correto de mim ao outro. Dentro da minha flexibilidade, devo saber que não disponho de todas as máscaras, por esse motivo, nem sempre poderei (ou deverei) atender todas as expectativas.
6º Minhas decisões devem ser guiadas pelos meus valores e
objetivos. Isso é assumir responsabilidade. E é digno ter a consciência que,
até mesmo tomar a decisão por alguém, é escolha minha. Portanto, não posso
culpar ninguém. E, mais que isso, me pergunto se o sentimento de culpa (até mesmo por mim) é válido.
7º Mostrar minhas fraquezas me faz muito mais interessante
que me fazer de forte o tempo todo. Ser real é muito melhor que ser uma imagem
criada. Eu, ao menos, não quero amigos personagens, quero amigos de carne e osso.
8º Por vezes, por mais que a intenção seja boa, algumas
pessoas não querem, não precisam, não estão prontas para mudar. É meu dever entender que se me incomoda, talvez a necessidade de mudança esteja em mim.
9º Sempre posso dar espaço ao outro e abrir mão de algo. O
altruísmo é uma bela atitude. Entretanto, o egoísmo é igualmente necessário
para minha saúde mental, emocional e, até mesmo, física.
10º Sou uma excelente companhia para mim. E posso também ser
para o outro. Por vezes quererei estar com outros, por outras precisarei/quererei estar sozinho. E posso
aproveitar muito a mim mesmo.
Nesse ano reforcei amizades incríveis, retomei outras e adquiri novas que
quero levar por muito tempo. Pessoas que me fazem sentir extremamente bem e, creio, que também ofereço o mesmo. Como é prazeroso compartilhar. Descobri como é bom estudar o que gosto. Finalmente dei um norte para a ideia de “o que quero
ser quando crescer”. Tenho ainda muitos “detalhes” a trabalhar. Mas posso
considerar que a famosa “maturidade” está por ai. Orgulho-me muito da pessoa
que venho me tornando. Orgulho-me em poder dizer que não sou o mesmo, o que
mostra que venho me desenvolvendo. Tenho orgulho em errar, em saber que não sou
perfeito. Hoje sei o quão bom é não ser herói. É bom saber que não existem
heróis. Sou "herói" de uns, "vilão" de
outros. E essa posição pode se inverter ao longo da história. Certeza que até da minha mãe (amo mais que
demais) já fui vilão. O importante é que sou humano. Imperfeito e peregrino do meu próprio desenvolvimento. É... foi um bom (e ainda está sendo) 27º ano.
Por todos esses motivos e por tantas transformações, esse
(até por eu estar sumido) será o último texto desse blog. Mas calma, para quem
gosta, eu ainda continuarei a escrever. Mas num novo espaço, um espaço que
esteja preparado para uma nova fase e que será iniciado no meu aniver... fica o
convite a todos.
A segunda pergunta, reformulo e deixo também para vocês:
“O que você faria (ou desejaria) para que sua idade atual
fosse marcada como um ano especial”?